Edinara Kley | Lages
Pesquisas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) revelam que as mulheres se envolvem em menos acidentes de trânsito do que os homens, contrariando o clichê "mulher no volante, perigo constante".
Atenção, precaução e cautela são, de acordo com especialistas, fatores fundamentais para que as estatísticas divulgadas em 2009 pelo Denatran se confirmem e se mantenham até hoje. Os números mostram que apenas 11% dos acidentes de trânsito registrados no país entre 2004 e 2007 envolveram motoristas mulheres.
"Sim, doa a quem doer, a mulher dirige melhor", afirma o técnólogo em Gestão de trânsito e diretor da Autoescola Planalto, de Lages, João Córdova. Lembrando que este reconhecimento aparece nas estatísticas oficiais sobre acidentes de trânsito e nos preços dos seguros diferenciados. "As mulheres têm menos ocorrências de roubos, sinistros e colisões, e mesmo que se envolvam em acidentes, as proporções são menores que os causados por homens", alerta o tecnólogo.
"Elas têm um senso de segurança maior, são mais cuidadosas. O homem acha que dirige melhor e por isso é displicente", explica. Córdova reitera ainda, que a mulher não coloca sua vida em risco no trânsito, é mais "na dela", enquanto que o homem é mais agressivo. "Para ele o carro é um símbolo de status e poder. O homem gosta de desafiar a velocidade, enquanto a mulher, normalmente, anda no limite permitido", considera.
Apesar do machismo que ainda assola a maioria das motoristas, Córdova conta que suas instrutoras também eram vítimas de preconceito por parte dos alunos.
A instrutora Francielle Manenverk tem sete anos de profissão e atribui estes índices ao excesso de confiança dos homens. "Os homens têm mais facilidade para aprender, e as mulheres mais medo e por isso são mais cautelosas", comenta.
Tanta segurança, segundo ela, acaba resultando em mais acidentes. "A maioria dos alunos se pudesse, nem fazia todas as aulas, eles querem terminar o mais rápido possível. Enquanto que as mulheres, muitas vezes, se ainda têm dificuldades, fazem mais aulas práticas do que as recomendadas", salienta.
A aluna Bruna de Oliveira, de 18 anos, está na 8ª aula prática e já sente as dificuldades do trânsito, onde acredita que deveria haver mais tolerância. "Acho que os motoristas andam muito apressados, principalmente no Centro, falta paciência", revela.
Seguro mais barato para elas
Apostando nos cuidados e na prudência das mulheres ao volante, as seguradoras oferecem vantagens a este público.
O corretor de seguros, Rogério Francisco Sartor, revela que o desconto oferecido por algumas seguradoras chega a 15%. "Isso porque a mulher bate menos, e quando acontece é com menor proporção", garante.
O corretor lembra que hoje, no Brasil, o número de veículos segurados cresce 10% ao ano, e os homens são a maioria da clientela. "A cada 10 veículos, 4 têm seguro e, destes, cerca de 1,5 são de mulheres", afirma. "O número é baixo em relação a países de primeiro mundo, mas a tendência é de crescimento", acrescenta Sartor.
Ele acrescenta ainda que há seguradoras que dão isenção da primeira franquia quando o segurado é mulher, ou seja, se acontecer um acidente com a cliente, é a seguradora que arca com os custos.FONTE:http://www.clmais.com.br/informacao/153247/?old
